segunda-feira, 18 de maio de 2009

Câmara Municipal de Cuiabá, o paraíso dos sucos.



Você é daquelas pessoas que adoram suco de frutas, o Jornal Nacional encontrou um paraíso para lhe indicar: a Câmara Municipal de Cuiabá. É um lugar onde os 320 funcionários e vereadores gostam muito, mas muito mesmo de suco. No almoxarifado da Câmara, pacotes de chá e de bolacha com a validade vencida. "Produtos que não geravam necessidade da casa, como chá mate, é guaraná ralado, bolacha. Eu acho que esses produtos não são de primeira necessidade", declarou Alfredo Alves de Moura Filho, secretário de Gestão Administrativa. Os produtos que sobraram nas prateleiras foram comprados no ano passado e para analisar os gastos da gestão anterior, a atual presidência da Câmara pediu que uma auditoria fosse realizada.
As notas fiscais indicam que a Câmara acumulou despesas de R$ 15 mil só com suco de frutas, num único ano. De acordo os preços no atacado, isso daria 4.178 litros. Descontando o recesso e os fins de semana, são quase 19 litros por dia. Com guardanapos, são mais R$ 17 mil ou 169 pacotinhos por dia de trabalho. E tem ainda 32 pacotes de biscoito, 55 pacotes de café e 53 caixinhas de chá. Segundo o atual presidente, Deucimar Silva, do PP, boa parte desses produtos não chegou a ser comprada e também houve superfaturamento. "Não existe este produto, e foi dada a entrada desse produto na Câmara Municipal de Cuiabá. O café é especial, muito caro. Quando nós gastamos um valor, ele gasta o triplo".
A auditoria constatou ainda que empresas forneceram notas frias para receber o dinheiro. No endereço de uma delas, só há um terreno vazio. O vereador Lutero Ponce (PMDB), que presidia a Câmara quando as compras foram feitas, negou que tenha havido desvio de dinheiro. "Eu acho que não existe nem R$ 3 mil de desvio. Na verdade, eu vou comprovar que essa auditoria errou, agiu de má fé. Eu não sou homem de correr da minha responsabilidade". Segundo a Polícia Fazendária, o desvio de recursos da Câmara de Cuiabá tem se tornado constante. Se as denúncias forem comprovadas, este será o segundo rombo em quatro anos. Nesta sexta, a Polícia Civil anunciou que vai abrir um inquérito para apurar as irregularidades.

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