terça-feira, 14 de outubro de 2008

Análise do filme "mera coincidência" e do texto "Marketing político: um mal necessário".



Por Ero Siqueira.

O Filme “Mera coincidência”, aborda como o poder manipula informações. Como as certas “verdades” que vemos nos telejornais, ouvimos no rádio ou lemos em jornais e revistas podem ser forjadas, ao gosto e interesse daqueles que tem os meios de divulgá-los. Coincidência ou não, a realidade é que esse filme estava pronto antes de vir à tona, o escândalo sexual envolvendo o então presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e a secretária Mônica Levinsk. Por esse motivo, no Brasil ele recebeu o título de Mera Coincidência.
Esse longa-metragem inclui ainda, reflexões de patriotismo, manipulações, ética na profissão, verdades e mentiras no mundo da assessoria, etc. Faltando 11 dias para as eleições nos EUA, o presidente se envolve em escândalo sexual que se levado a tona, as chances de se reeleger são mínimas. O caso foi parar na imprensa, diante disso, o presidente só cai nas pesquisas. Seus assessores entram em cena, procuram um produtor de filmes hollywoodiano para tentarem alterar esse quadro. Inicia-se ai uma corrida contra o tempo para desviar a atenção pública para outro fato bem mais apropriado para interesses eleitoreiros. O produtor “inventa” uma guerra na Albânia, na qual, o presidente poderia ajudar a terminar. “O discurso político tem se assemelhado cada vez mais ao discurso publicitário: seduz e convence o eleitor. As campanhas têm mais o caráter emocional que ideológico, com apelo até para as esperanças. Segundo Joan Ferres (1998) a política não é vendida a partir da argumentação e sim a partir da ilusão. As idéias e projetos são substituídos por promessas vazias”. (LIMA, Fernanda, SALIN, Cliciane de Jesus p.2).





Como resultado desse belo plano, a imprensa já vai esquecendo o escândalo e passa a noticiar sobre a pseudoguerra. E o presidente fica em primeiro lugar nas pesquisas com 89% do ibope. Além disso, nesse período de corrida contra o tempo, o presidente anuncia que não tem mais guerra. Ainda assim, o diretor de filmes se sobressai Ele consegue apelar para o emocional da população partindo, de um sapato velho que é relacionado com um combatente americano que foi deixado para trás, depois da guerra da Albânia como um sapato velho. Foi criado uma música, e espalhado pela cidade onde todos pudessem ver sapatos velhos. Valeu a pena, a população se mobilizou, os americanos usam camisetas com escritos do tema, cartazes com motivos do sapato velho. Resultado: Transformou o esquecido em herói novamente. Tudo caminhava perfeitamente bem. Mas, o produtor resolve divulgar seus créditos. Cansado do anonimato ele queria ser reconhecido. Não pode, pois o seu silêncio valia mais. Ele foi tirado de circulação. Morto pelo FBI.
No texto Marketing político: um mal necessário? Podemos perceber que a estratégia política é tão velha como a própria política. Surgiu há muito tempo, e cada ano que passa se aprimora. “Foi em 1952, nos Estados Unidos da América, que um candidato apelou para que uma agência de publicidade fizesse sua campanha televisiva. O general Einsehower foi acusado de tentar se vender como se “vende um sabonete” pelos seus adversários democratas que preferiram não se utilizar de profissionais”. De lá pra cá, os apelos de profissionais da mídia iniciaram-se. Hoje, podemos analisar que programas políticos e a política em si, não é mais vendida por argumentos, e sim por ilusões. Idéias foram substituídas por promessas vagas. Já o candidato se torna um produto à venda. Os profissionais de assessoria os transformam em “projeções de sucesso” para certas camadas da sociedade. Assim aconteceu com o Presidente Lula. Após perder três eleições, ele passou pela “cirurgia plástica” de Duda Mendonça. O publicitário o transformou. “Mudou a imagem do candidato que da barba mal cuidada, aspecto desleixado e fala grosseira nada restaram. Transformou o presidenciável em um homem fino, de ternos elegantes e fala mansa. O resultado? Lula foi eleito com a maioria dos votos esperançosos pelas promessas de governo”. Da mesma forma, o presidenciável do filme “Mera Coincidência” foi produto desse assessores. Sem ter como dizer não, eles o transformaram em um presidente “preocupado” com seu país, desviaram o rumo do escândalo que o envolvia, e o resultado foi à reeleição do candidato.


A relação que se pode fazer entre o filme e o texto, é que nos bastidores da política, para se alcançar determinado objetivo político, seus colaboradores passam por cima de tudo e de todos. Quando o assunto é dinheiro e poder, não respeitam a ética da profissão e os direitos humanos. Outro assunto relevante para tomarmos como base, são as artimanhas de se sobressai que assessores utilizavam. Mesmo que não inventemos uma guerra, devemos estar antenados com as críticas da imprensa ou coisas do gênero, pois o nosso papel como profissionais é defender o assessorado. Devemos estar antenados, e saber nos prevalecer em diversas situações.

2 comentários:

ComunicAia disse...

Legal, Erô! Mas use mais quebras de parágrafo para facilitar a leitura na tela do computador.
Outras obs:
"novos rumos para o jornalismo" pode parecer um pretencioso demais. sugiro "buscando novos rumos para o jornalismo". é mais humilde, percebe?
no perfil, evite o "nossa cidade". melhor dizer o nome da cidade pq vc está sendo lida por quem não conhece vc, ok?

ComunicAia disse...

Erô,
cadê seu nome no perfil? Trajetória profissional e acadêmica? Interesses?
abs